Hoje foi um dia para agradecer pelas coincidências e surpresas maravilhosas que a estrada nos reserva.
Começamos o dia um pouco preocupados porque, como a véloroute que estávamos seguindo terminou, teríamos que contar apenas com o Google Maps - e ele não é 100% confiável. A primeira providência que a gente tomou foi comprar um mapa Michelin do Pas-de-Calais, onde estávamos prestes a entrar.
Depois passamos na oficina de turismo da cidade e pegamos um mapa das véloroutes da região. Existem várias, e uma delas é a Eurovelo 4, a ciclorrota da Europa Central. Pena que ela ainda não está totalmente pronta, por isso não podemos segui-la por uma longa distância.
Bem, na prática, o fato de haver várias ciclorrotas na região, com setas nos dois sentidos de cada uma, acabou nos confundindo bastante e nos perdemos por alguns quilômetros.
Várias ciclorrotas na saída de Le Treport. |
Depois voltamos ao caminho correto, que seria na direção norte, até Bologne-sur-mer. Daí para a frente, a gente não sabia muito bem o que fazer, pois aparentemente a rota para a Bélgica (a LF1) só começava bem a leste, em Watten.
Pedalando e pensando, fomos conhecendo o Pas-de-Calais, que é bem diferente da Normandia. Aquelas charmosas cidadezinhas medievais ficaram para trás. As aldeias aqui parecem muito com as cidades do interior do Brasil, exceto pelo fato de que não há pobreza. O que vemos são muitas plantações, cidades com igrejinha na praça central e casas bonitas e bem cuidadas, porém contemporâneas.
Ovos à venda: uma casinha típica da França rural. |
Usina eólica. Sim, tem muito vento por aqui. |
No Pas-de-Calais apareceu também uma bem-vinda novidade: ciclovia ao lado da estrada, algo muito comum em países com mais cultura ciclística, como a Alemanha.
Ciclovia ao lado da estrada é tudo de bom. |
Encontramos também um pequeno e belo pântano. |
A gente estava chegando ao ponto de parada do dia, a cidade de Beck, por uma dessas ciclovias, quando tivemos o encontro mais incrível da viagem até agora. Um ciclista nos abordou e começou a conversar com a gente em francês com um pouco de inglês. Logo descobrimos que ele e a esposa também são cicloturistas e já percorreram muitos países de bike, inclusive destinos fora do comum na América do Sul, na Ásia e na África. No momento, eles estão se preparando para uma cicloviagem pelo Zimbábue e pela Zâmbia!
Eles nos convidaram para dormir na casa deles e foram maravilhosos anfitriões. Para completar esse dia tão especial, fomos até a praia de Berck ver focas e leões-marinhos. É isso mesmo que você leu! Veja abaixo.
Leões-marinhos na praia de Berck. |
Focas também! |
Quintal dos nossos anfitriões. |
Isabelle e André, nossos anfitriões. |
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