6° dia - de Pfunds (Áustria) a Prato allo Stelvio (Itália) - 65 km

(468 km acumulados)

Chegamos à Itália!
Talvez hoje tenha sido o dia com os cenários naturais mais bonitos de toda a viagem. Afinal,  chegamos ao topo dos Alpes, bem pertinho das montanhas nevadas. E ainda havia flores, rios, cavalos, cidadezinhas charmosas e tudo o mais.

Foto na saída de Pfunds. 
À medida que subíamos, a linda paisagem alpina aparecia.
Também foi um dia de muitas surpresas. Saímos preparados para uma subida terrível, pois, quando o Eduardo e eu percorremos a Via Claudia cinco anos atrás,  esse trecho foi um dos mais difíceis. A trilha era off-road, muito íngreme e tivemos que empurrar boa parte do tempo. Acontece que a organização da Via Claudia Augusta mudou o percurso! Agora nós subimos na estrada junto com os carros. É um pouco tenso e com certeza não tão bonito quanto o caminho da floresta - mas é MUITO menos sofrido.  Dá para pedalar o percurso todo e, apesar de não haver acostamento,  os motoristas são bem respeitosos. Jamais buzinam e esperam pacientemente você passar nas curvas para só então prosseguirem.

Desta vez subimos pela pista. 

Não é tão bonito como na trilha,  mas o pedal rende muito mais. 

Subindo direto durante 8 km.

No túnel,  aviso de atenção para os ciclistas.


Outro ponto positivo no novo percurso é que agora passamos na entrada da cidade de Martina (antes também passávamos por ela,  mas num trecho de montanha, longe do centro). Essa cidadezinha pertence - veja só! - à Suíça! Outro detalhe interessante é que lá se fala o rético, também conhecido como grisão ou língua romanche. Essa língua de apenas 60 mil falantes tem origem no latim, por isso é um pouco compreensível para nós, brasileiros.

Restaurante em Martina,  na Suíça. Na fachada está escrito
em rético: Chasa Engadina - Marenda (Casa Engadina - Merenda). 
Como a gente estava em território suíço, aproveitamos para tomar uns chocolates e cappuccinos num café de Martina e assim gastar as moedinhas de franco-suíço que tinham sobrado no bolso. Também foi bom para espantar o frio da montanha. Hoje passamos por faixas de temperatura bem diferentes: fresquinho na saída em Pfunds, muito frio na montanha e, no final do pedal, calor ao chegar à Itália.
Depois de passar em Martina, ainda teve muita subida até chegar a Nauders, uma estação de esqui ao final daquela estrada de asfalto.  De lá pegamos uma ciclovia com um pouco de sobe e desce que nos levou por mais alguns quilômetros até o Reschenpass, o ponto mais alto da Via Claudia Augusta, e à fronteira com a Itália.  Nesse poucos quilômetros,  lindas paisagens bem pertinho dos picos.



Estação de esqui de Nauders. 

Fora do inverno,  a turma usa o teleférico para subir as bikes
e depois descer por trilhas de downhill.
Nesse trecho estão alguns dos pontos mais bonitos da viagem.









Muitos estabelecimentos emprestam seu nome da Via Claudia Augusta,  como essa pousada. 
Quando chegamos ao lago Reschen (ou di Resia, em italiano), outra surpresa: cinco anos atrás,  percorremos a Via Claudia entre setembro e outubro,  ou seja, no outono. Toda a neve das montanhas já tinha derretido e o lago estava cheio. Agora, como ainda estamos na primavera,  o lago não está tão bonito,  pois está bem baixo.

Lago di Resia cheio no outono de 2014.
O mesmo lago na primavera de 2019.


Quando termina o Lago di Resia, entramos na Pista Ciclable Val Venosta, que faz parte da Via Claudia Augusta e segue o rio Adige montanha abaixo. É por ela que pedalaremos pelo menos nos próximos dois dias. Essa ciclovia torna o percurso mais longo,  pois acompanha o zigue-zague do rio. Em compensação, é um caminho agradável e  tranquilo. Não por acaso, encontramos dezenas de cicloturistas e speedeiros passeando por lá.

Integração entre a Via Claudia Augusta e a Pista Ciclabile do Val Venosta. 

Um caminho muito agradável...

... que acompanha o rio Adige.

A ciclovia passa por castelos...


... e cidadezinhas italianas 


... com fontes para reabastecer as garrafinhas. 

Nossa ideia inicial era chegar a Coldrano, mas umas duas e meia da tarde o calor estava tão grande que resolvemos parar numa cidadezinha do caminho para tomar uma cerveja e acabamos ficando por lá mesmo.  A cidadezinha era a simpática Prato allo Stelvio,  de 3.700 habitantes.  Amanhã,  seguimos ao lado do Adige rumo a Bolzano!
O jantar foi pizza.  Afinal,  estamos na Itália! 

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