Uma coisa que estou querendo comentar há alguns dias é a impressionante quantidade de cicloturistas que temos visto na Via Claudia desde o início da viagem. Muitos deles são senhores e senhoras com mais de 60 anos. Aliás, a vitalidade dos idosos europeus é outra coisa admirável. Volta e meia somos ultrapassados por vovôs e vovós todos lampeiros em suas speeds ou nas tradicionais ciclocross de aro 28. Outros preferem caminhar e passam de lá para cá com seus specks.
Também encontramos famílias inteiras pedalando na Via Claudia Augusta, além de mulheres puxando reboques com bebês ou cachorros. O clima entre os cicloturistas é de camaradagem e somos sempre cumprimentados por quem vem na direção contrária.
Desde que cruzamos a fronteira da Itália, as placas da Via Claudia praticamente desapareceram, mas foram substituídas pela excelente sinalização da "pista ciclabile della Valle del'Adige". Observem que o alemão ainda aparece nas placas. Aliás, apesar de estarmos na Itália, na região do Alto Adige se fala um dialeto germânico, o dialeto sul-tirolês.
Nesta região não há placas da Via Claudia, mas há a perfeita sinalização da "Pista Ciclabile della Valle dell'Adige". |
O alemão ainda está presente nas placas. Na verdade, por aqui não se fala italiano, e sim o dialeto sul-tirolês. |
No percurso de hoje não houve descidas tão pronunciadas, exceto por um morro que descemos de uma vez só. O restante dos 60 e poucos quilômetros foram percorridos em um terreno praticamente plano, com uma leve inclinação descendente.
Coldrano foi a última cidade friazinha por que passamos. Na nossa descida rumo ao sul, o sol estaria sempre presente... e a temperatura aumentaria cada vez mais! |
Vista da última descida íngreme que pegamos. |
Parada para o lanche à beira do rio Adige. |
Chegamos à cidade umas 16h e fomos direto ao centro de informações turísticas. Fiz três pedidos à atendente: que nos indicasse uma oficina de bicicletas, um internet café (até agora não conseguimos as benditas entradas USB para baixar os vídeos, e a memória da GoPro está praticamente lotada!), além de um hotel próximo à oficina. Supergentil, ela tentou em vários hotéis, mas ou estavam lotados ou ficavam longe. Quanto ao preço dos hotéis, fiquei impressionada, pois eram bem superiores aos que temos pagado – basta dizer que o albergue da cidade cobrava nada menos que 45 euros por pessoa!
Bem, depois de algumas tentativas, ela nos conseguiu lugar em um hotelzinho tão caro quanto os outros, porém bem próximo, então pudemos deixar as coisas lá e ir até a bicicletaria. Era, na verdade, uma gigantesca loja de esportes, a Sportler, onde fomos bem atendidos e os raios foram trocados em menos de uma hora.
Achamos o internet café, mas mais uma vez não foi possível baixar os vídeos: de acordo com o simpático atendente, que conversou conosco um tempão, a legislação italiana antiterrorismo e antipedofilia impede o acesso a periféricos como HD externos ou filmadoras sem identificação do usuário, por isso os computadores dos cybercafés travam automaticamente o acesso a esses dispositivos. E lá fomos nós de volta para o hotel com a memória da GoPro ainda lotada!
Uma coisa que chama a atenção logo de cara em Bolzano, a primeira cidade grande que atravessamos na Itália, é que não há nem sombra daquela organização toda de ciclovias que vimos na Alemanha. Pedestres, ciclistas, automóveis – todos andam ao mesmo tempo por todos os lugares! Mas as bicicletas continuam onipresentes, como vemos por este grande estacionamento de magrelas na segunda foto abaixo. Também nos chamou a atenção uma prática máquina de venda automática de câmaras (terceira foto), instalada ao lado da loja Sportler para o ciclista resolver seu problema de pneu furado a qualquer hora do dia ou da noite.
Bolzano: uma cidade fervilhando de turistas. |
Grande estacionamento de bicicletas. |
Furou o pneu à noite? Sem problemas! Nesta máquina de venda automática, você coloca algumas moedas e compra uma câmara na hora que quiser! |
Hotel em Bolzano: Hotel Adria (88 euros p/ o casal – sem café da manhã) - prós: boa localização, ao lado do centro histórico e em cima de uma padaria; contras: caríssimo pelo pouco que oferece; não tem nem sequer internet gratuita – é preciso pagar 10 euros a mais por 4 horas de uso.
Observei que as cidades não possuem fiação aparente (postes). Este fato, aliado a ausência de aparelhos de ar condicionado, nas fachadas, como possuímos aqui no Brasil, valorizam o visual, que fica limpo e, consequentemente, muito mais bonito. Beijos e boa viagem!!!!!!
ResponderExcluirÉ verdade, Zé... Nas cidades turísticas há quase sempre esse cuidado de não deixar a fiação aparente, o que deixa o visual muito melhor, é claro.
Excluir