9° dia de pedal (Trento a
Roncegno Terme): 49,5 km
Ainda bem que estávamos com as perninhas bem descansadas depois de três
dias só de descidas e retas, pois logo na saída de Trento gigantescas subidas
nos aguardavam.
| Subidas enormes logo na saída de Trento. Esta passa ao lado do Castello del Buonconsiglio, residência dos príncipes trentinos do século XIII ao século XVIII. |
| Nas encostas inclinadas, além das macieiras agora aparecem também vinhedos. |
Mas as subidas nem foram nosso maior desafio neste dia: o pior mesmo foi
conseguir achar o caminho. A "pista ciclabile" do vale do Alto Adige e
sua excelente sinalização infelizmente terminam em Trento. Daí para a frente, ao
que parece, a organização fica a cargo da Associazone Via Claudia Augusta
Italia – e é aí que os problemas começam.
Não é coincidência, aliás, que em Trento também acabe o fluxo de
cicloturistas. De lá até Veneza, encontraríamos pouquíssimos corajosos de
alforjes como nós.
Na saída da cidade, as placas tornam-se mais escassas e, para piorar, como
não há ciclovias, a sinalização manda para a autoestrada e você fica desconfiado
se o caminho é aquele mesmo, porque até agora o percurso tem sido feito quase
exclusivamente por ciclovias ou estradinhas rurais. Em um desses momentos nos
quais a sinalização da Via Claudia mandava para a autoestrada, um senhor cheio
de boas intenções nos parou e disse que não deveríamos ir por ali, pois era muito
perigoso para ciclistas; em vez disso, deveríamos pegar a "pista
ciclabile".
O problema é que esse senhor – assim como outras pessoas a quem pedimos
informações ao longo do caminho – não conhece a Via Claudia. Eles veem a pessoa
de bicicleta e logo acham que ela quer percorrer a ciclovia do Valsugana, que contorna o Lago
di Caldonazzo. Esse é realmente um caminho muito agradável para ciclistas... mas passa a uns 10 km da Via
Claudia! E foi mais ou menos essa a distância que tivemos de voltar quando
percebemos que estávamos em outra ciclorrota. Antes de encarar essa volta, porém,
tiramos um cochilo à beira do lago.
| O Lago de Caldonazzo, por onde passa a pista ciclabile de Valsugana. Cuidado para não confundi-la com a Via Claudia, como nós fizemos! |
| No caminho de volta para a Via Claudia, encontramos lindas paisagens. |
| Contraste de cores. |
| Em todo o norte da Itália, havia essas fontes de água potável onde podíamos reabastecer as garrafinhas. Maravilha! |
Depois de reencontrar a Via Claudia e vencer mais algumas subidas,
chegamos à bela Roncegno Terme debaixo de uma refrescante chuva de verão. Acho
que a cicloviagem é a modalidade de turismo em que você mais tem contato com os
elementos da natureza – e mais aprende a apreciá-los! Uma chuva como esta, por
exemplo, é muito bem-vinda após um dia de pedal puxado sob o sol.
| Chegando à pequena Roncegno Terme. |
| Roseira na entrada do Agritur Montibeller. |
Seguindo mais uma dica preciosa do nosso amigo carioca, ficamos em uma
pousada rural chamada Agritur Montibeller. Comum nessa região, o "agritur" é uma fazenda
ou sítio que recebe turistas. O ambiente é simples, claro, mas muito
aconchegante.
Jantamos muito bem na própria pousada e depois ficamos horas papeando
com o dono do lugar, que tem parentes no Espírito Santo.
| Fachada do Agritur Montibeller, uma propriedade rural que recebe turistas. |
| Ambiente simples e muito aconchegante. |
| Como nos tempos da Bíblia: pão, vinho, água e azeite! |
Hospedagem em Roncegno Terme: Agritur Montibeller (56 euros p/ o casal – com
café da manhã) - prós: ambiente
simples, mas limpo e acolhedor; quarto grande, equipado com todos os utensílios
(inclusive pia e minifogão); garagem coberta para as bikes; jantar excelente,
muito barato, farto e saboroso; contra:
nenhum.
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